5 de mai. de 2008

Amores

Chuva fina cai noite e dia
vento forte corta coração
nem inverno é tempo
quem diria!
aliviar tamanha solidão


estação sem plantar
nem colher
terra encerrando ciclo
pensamento voando
revivendo
amores declarados - ou não ditos


onde estão palavras ternas
amedrontadas se foram...
ser real aquela primavera
bem maior é esse entardecer?


ah! amores onde foram fugitivos
andarilhos ao acaso sem saber
nesta porta bateram em abrigo
deixando, apenas, versos de sofrer


não esqueçam amores distraídos
ser sincera minha imaginação
pensar haver um entre eles
seguir mesmo caminho então


só quem sente ou sentiu tamanha dor
pode entender esse pensamento
que por consolo insiste em fazer
deitar letras por todo o firmamento.


ah! amores fugidios distraídos
partem sem piedade e se vão
como senhores egoístas e vorazes
centrados nos desejos seus


amores fugidios, distraídos
mesmo não os tendo mais amor
lembro todos, pois sem eles não teria
versos tristes prá cantar em vão

se amor fosse sempre troca igual
ninguém teria permissão para sonhar
nem pensamento perdido na janela
o infinito poderia contemplar


enquanto o homem for capaz de ser
puro amor, feito para amar
há esperança nesse mundo inteiro
ver novas vidas como flores a brotar


quisera ser como a eternidade
de amor em amores, só cantar
pois se há Deus esse deu ao homem
e só a ele capacidade de amar


ah! amores! que tamanho engano
na partida deixar outro amor ficar


ah! amor fugidio que tristeza
sem cuidar da semente que plantou
nem um fruto colherá desse pomar



se esses versos não servirem para nada
sejam eles de ensinamento
para o próximo amor chegar
com mais zelo e maior encantamento


poderia ficar horas relembrando
dos prazeres como agora estou
sentindo mãos quentes afagando
suspiros nos lençóis teus


ah! amores como tempo é passado
podemos um dia resgatar?
não voltando apenas deixarão
quem amou eterno recordar

Nenhum comentário: