31 de dez. de 2010

Resgate

Chuva fina cai noite e dia
vento forte corta coração
nem inverno é tempo
quem diria...
aliviar tamanha solidão!

estação sem plantar
nem colher
terra encerrado ciclo
pensamento voando
a reviver
amores declarados - ou não ditos

onde estão palavras ternas
amedrontadas se foram sem dizer
ser real aquela primavera
bem maior é esse entardecer?


ah! amores onde foram fugitivos
andarilhos ao acaso sem saber
nesta porta bateram em abrigo
deixando, apenas, versos de sofrer


não esqueçam amores distraídos
ser sincera essa declaração
em querer um entre todos
seguir o mesmo caminho então...

só quem sente ou sentiu tamanha dor
pode entender esse sentimento
que por consolo insiste em fazer
deitar letras em todo o firmamento...


ah! amores fugidios distraídos
partem sem piedade e se vão
como senhores egoístas e vorazes
centrados apenas nos desejos seus


ah! amores fugidios, distraídos
mesmo não me tendo mais amor
lembro todos, pois sem eles não teria
música triste prá cantar então


se amor fosse sempre troca igual
ninguém teria permissão para sonhar
nem pensamento perdido na janela
o infinito poderia contemplar...


enquanto o homem for capaz de ser
só puro amor, só feito para amar
tem esperança esse mundo viver
com mais flores em desabrochar

quisera ser como a eternidade
de amor em amores, só encantar
pois se há Deus esse deu ao homem
e só a ele capacidade de amar...

ah! amores! que tamanho engano
na partida deixar outro amor ficar...?

ah! amor fugidio que tristeza
vejo meu espelho nesse teu olhar
que não cuidou da semente que plantou
e nem um fruto colherá desse pomar...


que esses versos sirvam como ensinamentos
para que o próximo amor chegar
com mais zelo e maior encantamento...


[poderia ficar horas relembrando
dos prazeres como agora estou
sentindo mãos quentes afagando
meus suspiros entre os lençóis teus]

ah! amor como o tempo é passado
podemos um dia resgatar?
não voltando ficará
só um eterno recordar...

Nenhum comentário: