3 de mai. de 2008

Quinta feira no inverno de Porto Alegre

Frio sentido no corpo abandonado
Amor atirado à morte - falta de sorte!

Dói-me ver ossos e peles amontoados
Vivendo a única esperança permitida:
Cana brava para pobres indigentes

Desumano e fatal entorpecente

Frio cortando coração de homens
Desabrigados inconscientes...

Marquises e calçadas habitadas

Negros, crianças, verdades tragadas
Pela droga maior dos humanos sós
Sociais e simples pensamentos!

Dói-me ver nariz de ranho exibido em sinaleiras
Homens pequenos devolvendo vômitos
Impostos por estômagos faceiros
Da comida que já devoramos...

Quinta feira de inverno em Porto Alegre
Triste, inofensiva, calada, passiva e bela
Vista aqui do quarto - quente - pela janela...
Dói ver-me assim – apenas - fazendo parte dela
(03/05/99)

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